Grupo dedicado à protecção e libertação animal.

domingo, maio 22, 2005

TVI: Retrocesso


A televisão mais “popular” de Portugal tem-se empenhado fortemente em passar ao lado de todo o progresso, da moral e da ética. Uma televisão que se orgulha de ser a “televisão dos portugueses” deveria ter um pouco mais de responsabilidade na forma como se dirige ao seu público, ainda para mais quando cativa em especial as camadas mais jovens do país.

Obviamente que não estaria aqui a falar da falta de qualidade deste canal se a sua incrível falta de gosto não se transformasse num caso bastante grave de promoção dos maus-tratos em animais. A TVI parece especialmente empenhada em dificultar a vida às associações de defesa dos animais.

Há algum tempo atrás, no programa “Factor Medo”, muito por culpa do insistente “zapping”, acabei a ver provas horripilantes em que animais eram submetidos a todo o tipo de manuseamento impróprio: ratos amontoados dentro de boiões sem espaço para sequer respirarem (alguns no fundo provavelmente estavam já mortos), insectos e aracnídeos forçados a partilharem o espaço com as cabeças dos ilustres convidados, e répteis sujeitos a todo o tipo de brincadeira por parte de supostos adultos civilizados. Na altura perguntei-me porque não atribuir o prémio aos animais, pois ali o medo era deles e de mais ninguém. Desconheço sinceramente se alguma organização fez algo em relação a este caso, mas desconfio que passou em branco.

Chega-nos também, um dos expoentes máximos do mau-gosto: a Quinta das Celebridades. Neste programa, os animais são maltratados, alvo de chacota, transformados em brinquedos para as “crianças”, enfim, manipulados de forma a entreter as celebridades e a audiência lá em casa. Neste programa, como é do conhecimento do público, sempre se procurou divulgar todo o tipo de entretenimento arcaico. As celebridades fizeram questão de imitar os forcados “pegando” um pequeno bezerro e assim dar o seu contributo às touradas e actividades semelhantes. O senhor Castelo Branco, fez questão de promover o uso de peles. Tudo isto na primeira edição.

Depois veio o programa do “Conde”. Mais um exemplo de má televisão, mau entretenimento, má cultura e falta de gosto. Neste programa continua a exibição de peles por parte deste senhor chegando também a fazer apologia por diversas vezes à tourada. O apresentador do programa, segundo algumas fontes, participava em Nova Iorque em várias festas de solidariedade e segundo consta até pela preservação de algumas espécies. Ainda assim continua a exibir a sua falta de carácter vestindo casacos de peles? Um caso flagrante de hipocrisia.

A segunda edição da Quinta das Celebridades fez antever o pior. Os animais continuaram a ser torturados pelas celebridades que não encontram ao seu redor nada de melhor para fazer. Agora, e para espanto de muitos, numa das transmissões (que não vi), pelo que foi relatado por uma participante do grupo de activismo da ANIMAL, uma criança, aprendiz de uma escola de touradas, fez uma visita à quinta onde exibiu os seus dotes de torturador e assassino ao massacrar um pequeno touro. A TVI fez questão de transmitir a tortura, incluindo o sangue. Até onde irá este programa?
A TVI promove também periodicamente uma corrida de touros. Juntando todas as evidências resta-nos pensar que alguém naquela estação está a fazer um enorme esforço para fazer com que as touradas e todo o entretenimento que envolva animais, não desapareça dos hábitos da sociedade Portuguesa. O que é mais difícil de aceitar é que está a conseguir à custa das celebridades que gozam de um estatuto especial na mente de quem de alguma forma as admira levando-os a acreditar que usar peles, ir a touradas e maltratar animais por diversão é correcto. Afinal os seus ídolos, que supostamente seriam pessoas civilizadas e com valores, fazem-no sem qualquer remorso.

Por essas e por outras, a TVI já saiu da lista de canais da minha televisão, logo a seguir ao canal VIVIR/VIVER que vergonhosamente promove touradas de morte, caça e pesca “desportiva”. Aconselho todos os que tenham algum amor pelos animais a fazer o mesmo, pois só assim é possível punir de alguma forma os canais de televisão que continuam a querer impor maus hábitos à sua audiência.

Exponha à TVI a sua preocupação pela crescente promoção de eventos com animais por telefone ou por correio, o e-mail está disponível através do site da estação, mas segundo indicado está “interdito” a estas questões, só recebe mensagens relativas à Redacção.

Tel.: +351 21 434 75 00Fax: +351 21 434 76 54
TVI, Televisão Independente, S.A.
Rua Mário Castelhano, 40Queluz de Baixo2734-502 BarcarenaPortugal

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Quinta das Futilidades

domingo, maio 01, 2005

Ciência retrógrada

A ciência fez a opinião pública aceitar sem grandes reservas a experimentação em animais com o pretexto de que é realmente necessária e indispensável para a evolução da medicina, da genética e mesmo da biologia.

Por incrível que possa parecer ao cidadão comum, a tortura a que são sujeitos, todos os anos, milhões de animais para estes fins, é perfeitamente evitável como comprovam centenas de investigadores que estão na vanguarda da ciência e que fazem questão de procurar desmentir as práticas incorrectas, imorais e cruéis que as indústrias da farmacêutica, cosmética e medicina se esforçam por ignorar.

Muitos cientistas conceituados desmentem veemente a eficácia da experimentação animal em qualquer das sua modalidades pois como deveria ser óbvio para qualquer indivíduo ligado à ciência, que a anatomia e funcionamento do corpo humano e dos restantes animais, sofrem de diferenças abismais.

Como tentativa de tirar partido deste facto, as tabaqueiras efectuam centenas de testes em cães, galinhas e coelhos forçando-os a inalar enormes quantidades de fumo em forma concentrada apenas para concluírem sempre, que o tabaco não provoca cancro. Esta conclusão é correcta pois o tabaco e os químicos contidos nos cigarros não provocam a ocorrência de cancro nestes animais mas causa sim, nos humanos. Este exemplo é um dos mais flagrantes das falhas da experimentação animal mas existem muitos mais.

A estricnina, um poderoso e mortal veneno para o ser humano é inofensivo para galinhas, macacos e porquinhos-da-índia. Uma dose de Belladona, uma planta venenosa, que seria mortal para humanos, é perfeitamente inofensiva para coelhos e cabras. Enquanto ovelhas conseguem consumir quantidades elevadas de arsénio, um humano morreria ao ingerir pequenas quantidades.
Mesmo tendo perfeita consciência da ineficácia dos testes de compostos químicos em animais, as farmacêuticas insistem em lançar os seus produtos no mercado muitas vezes com consequências desastrosas causando a morte a milhares de pessoas e destruindo a sua qualidade de vida já para não falar dos milhares de animais sujeitos às maiores atrocidades nos seus laboratórios, tudo isto em vão.

A procura pela cura para certas doenças humanas, nomeadamente o cancro e a SIDA, leva a que cientistas mal-formados nas suas disciplinas e em ética, façam vivissecção em milhares de animais cujas condições clínicas foram infligidas previamente recorrendo a métodos bárbaros, para que justifiquem os milhões de dólares que os governos dispensam anualmente à pesquisa médica.

Cientistas conscientes da ineficácia dos métodos enraizados na comunidade médica sabem que nenhuma doença pode ser estudada em animais cuja anatomia e metabolismo diferem totalmente das do Ser Humano e muito menos infligida artificialmente sem qualquer consideração por factores genéticos, stress, alimentação e ambiente que provocam as respectivas condições clínicas em humanos. A recriação de doenças em animais dentro de laboratórios não só é moralmente inaceitável, como é também ineficaz.

Afirmar que a experimentação em animais é necessária ao progresso, é uma falsidade. Os indivíduos que promovem este tipo de metodologias usam-nas porque delas retiram benefícios monetários ou porque são simplesmente pessoas com uma fraca formação académica e completamente desprovidos de qualquer moral ou ética.
Afirmamos isto não como uma forma de insultar mas sim de demonstrar que a filosofia da ciência é todos os dias desrespeitada em detrimento de uma procura desregrada por resultados: se quisermos construir uma parede eficazmente, seguindo passos lógicos que nos levem ao sucesso imediato, ponderamos todas as facetas da construção. Na ciência médica, porém, tentam-se construir paredes por tentativa e erro simplesmente porque os animais não têm qualquer importância na busca inconsciente da qual são vítimas.

Em muitas faculdades, animais são também usados desta forma com o intuito de promover a formação do futuro investigador científico. Enraizar estas práticas no ensino assegura a perpetuação de uma ciência pobre e imoral. Na era da informática e da realidade virtual, continua-se a dar primazia aos custos e vivissecam-se animais para que os alunos pratiquem as suas habilidades com o bisturi. Enquanto milhares de cientistas já vivissecaram e documentaram extensivamente todos os aspectos da orgânica dos animais humanos e não-humanos, indivíduos de fraca inteligência teimam em reinventar a roda à custa dos que não têm direitos nem vontades e que são torturados impunemente. Os alunos de hoje, serão os cientistas de amanhã e a prática perdurará até que a Lei contemple os que a merecem.

A competitividade entre as empresas de químicos, fármacos e materiais biomédicos, agrava a situação relegando para as jaulas animais que não merecem sobre qualquer circunstância ser torturados e assassinados em detrimento de um suposto bem-estar humano que nunca é alcançado simplesmente porque a experimentação animal é um entrave à evolução do homem em termos de biologia, medicina e ética e nunca um meio de catapultar a humanidade para uma era de conhecimento profundo sobre a vida.

A experimentação animal é feita com o único proveito de fechar os olhos à opinião pública que, ignorando os factos, vai acreditando e aceitando a imposição de fármacos e cosméticos com base nos testes em animais. Por detrás desta despreocupação generalizada, estão milhares de milhões de dólares que chegam aos bolsos dos empresários e cientistas sem escrúpulos que para eles trabalham e também milhares de milhões de animais que sucumbem ao egoísmo, à ganância e à hipocrisia humana.

Para terminar, é preciso deixar bem claro que, ainda que os benefícios destas práticas alguma vez fossem reais, tais métodos continuariam a ser completamente imorais. Entendemos que se o ser humano pretende colmatar as suas fragilidades genéticas e imunológicas, que o faça à sua própria custa. A Lei e a ética falsa da Humanidade permite que outras espécies sejam utilizadas para todos os fins mas não permite estranhamente que humanos sejam usados ainda que indiscutivelmente, a sua utilização fosse eficaz na erradicação das suas doenças.

Informe-se:
http://www.sumeria.net/health/prism.html

 
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