Grupo dedicado à protecção e libertação animal.

segunda-feira, julho 18, 2005

Trissomia 21 na tourada

No passado dia 8 de Julho, sexta-feira, a Associação Portuguesa de Portadores de Trissomia 21 (APPT21), apesar dos inúmeros protestos de particulares e de algumas organizações (incluindo o GLA), optou por ignorar os vários apelos que tinham em vista a desvinculação da associação das práticas violentas e cruéis da tauromaquia que iriam mais uma vez marcar presença na arena de Arruda dos Vinhos “em prol” dos doentes da associação.

A APPT21, mantendo o costume de algumas organizações de solidariedade social, fez questão de aceitar de bom grado parte das receitas conseguidas à custa da tortura cruel de mais alguns touros vítimas da brutalidade e insensibilidade humana. Ao que nos foi possível apurar, esta não é a primeira corrida de touros em que esta associação se envolveu.

Contactada pelo GLA, a APPT21 justificou-se dizendo que todas as contribuições são bem vindas à sua causa. Basicamente, a associação descartou-se de qualquer moral e responsabilidade cívica, defendendo os seus interesses (aos quais não nos opomos em outras circunstâncias) independentemente do prejuízo de outros.

Fica a questão em aberto: será que a APPT21 aceitaria a contribuição de assassinos, pedófilos, traficantes de droga e armas e da indústria da prostituição infantil? Somos forçados a pensar que sim tendo em conta a “leveza” e despreocupação com que encarou o sofrimento dos animais nas touradas em que está envolvida.

Depois de alguns ataques pessoais em que os senhores responsáveis da associação acusaram os activistas de defesa dos animais de serem insensíveis à sua causa, foi ainda impossível fazê-los entender que não foram os defensores dos animais que obtiveram fundos à custa dos doentes de Trissomia 21 mas sim os dirigentes da APPT21 que mancharam as mãos de sangue ao permitir a sua associação a um evento deste cariz.

A APPT21 não é, infelizmente, a única associação de solidariedade social que contribui deliberadamente para a tortura de animais inocentes. A Santa Casa da Misericórdia e a Liga Portuguesa Contra o Cancro são dois dos exemplos mais vergonhosos em Portugal.

Os aficionados da tauromaquia alegam frequentemente que algumas touradas são por “uma boa causa” numa tentativa desonesta de obter a aceitação e até admiração do público ou não fossem os seus corações tão grandes e a sua generosidade tão louvável. O que os responsáveis de várias colectividades e associações de solidariedade não compreendem é que estão a ser claramente manipuladas pelo lobby tauromáquico que, vendo-se a braços com a decadência da sua actividade medieval, joga baixo para encher os bolsos.

Resta-nos esperar que a APPT21 perceba o grande erro que tem cometido ao se associar a um espectáculo de tortura e sangue. Não só se prejudica a si mesma como prejudica os animais e a causa que os tenta defender.

Fica também o nosso profundo apelo à massa defensora dos animais e aos simpatizantes da nossa causa, a não mais contribuírem de forma alguma com estas associações enquanto não se desvincularem deste tipo de “espectáculo” vergonhoso.

 
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