Grupo dedicado à protecção e libertação animal.

quarta-feira, abril 27, 2005

A Arte de mal-tratar


Toda a gente sabe que o Cinema é uma indústria enorme que produz anualmente centenas de filmes que entretêm milhões de cinéfilos em todo o mundo não só com o filme em si mas também com todo o mediatismo das estrelas. Todo o “glamour” do cinema oculta falsidades e ilusões mas a que mais importa sem sombra de dúvida, é a exploração descarada de animais apresentada às audiências de forma “minimizada”.

Existem em Hollywood escolas especialmente dedicadas ao treino de cães, gatos, chimpanzés, aves exóticas, leões, panteras e todos os animais possíveis e imaginários para participarem em produções cinematográficas. Estes animais são criados com o único intuito de fazer os seus tratadores lucrar na grande máquina de Hollywood. Até aqui, tudo parece “normal”, afinal é o que as lojas de animais e os circos (aos quais nos opomos também) fazem – explorar animais.

Durante as produções, os animais que já sofreram maus-tratos como os infligidos nos circos desde as suas infâncias, são sujeitos a stress devido às exigências enormes das filmagens: carga horária excessiva, repetição de tarefas, muitas vezes sujeitos a condições climáticas inadequadas e mesmo agressões. Como exemplo, inúmeros cavalos já sofreram lesões serias e foram abatidos na sequência da filmagem de cenas de batalhas medievais nas quais são forçados a tombar com os “cavaleiros” em cima.

A crueldade não fica por aqui. Nas filmagens do filme “Anaconda”, a produção achou que a ciência ainda não tinha documentado suficientemente os padrões de alimentação das anacondas e decidiu alimentar coelhos vivos a um destes animais simplesmente para “tentar compreender melhor” como se alimentam. Teria sido mais fácil e mais inteligente comprar um livro sobre anacondas e ver documentários do que partir para esta solução ignorante e cruel.

Um número incontável de insectos e aracnídeos foram até hoje simplesmente esmagados em filmes onde a produção nem sequer pensou em alternativas mais justas para os animais.

No conhecido filme “Hable Con Ella” o realizador espanhol Almodovar assassinou quatro touros até que o resultado da cena de tourada deste filme fosse satisfatório. Num pais de touradas de morte como a Espanha, bastar-lhe-ia filmar uma tourada real e pelo menos poupar a vida a estes quatro animais dos quais abusou impunemente só porque é quem é.

Ao expor a falta de ética num fórum de cinema português, alguns intervenientes mostraram-se receptivos enquanto um, professor de cinema em Lisboa, alegou que “A arte pela arte tem que ser sem escrúpulos, caso contrário é artezinha e acessória” reforçando com “Para mim a arte vem antes de qualquer outra coisa, inclusive o sofrimento das criaturas.”. Com tamanha irresponsabilidade, algumas pessoas deste meio, desprovidas de qualquer consciência ou moral contribuem para que hipocritamente, num meio onde os efeitos especiais e animações feitas em computador são cada vez mais baratas do que filmar cenas reais, se continue a abusar de criaturas inocentes.

O que pode fazer:

A única coisa que pode fazer é informar-se antes de ir ao cinema ou antes de sequer alugar um filme no seu vídeo-clube. Procure sensibilizar os seus familiares, amigos e colegas de trabalho lembrando-os que o mais recente épico apesar de muito excitante provocou sofrimento desnecessário e bárbaro e mesmo a morte a alguns animais.

 
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