Grupo dedicado à protecção e libertação animal.

domingo, abril 03, 2005

Circo dos Horrores

Há algum tempo atrás, na televisão portuguesa passaram inúmeras peças de reportagem e houve alguns programas de televisão que tinham como objectivo fazer propaganda aos Circos alegando que eles estavam a “morrer”. É no mínimo irónico que se refiram ao Circo desta maneira quando quem está a morrer não é o Circo mas sim os animais neles explorados.

O público não sabe, o publico está mal informado. As batalhas das associações de defesa dos animais passam praticamente despercebidas e o Circo continua de pé à conta do sofrimento dos que não se pretendem armar em artistas, à conta daqueles que nunca pediram para serem alvo de chacota, de risota geral dentro de tendas apinhadas de gente, daqueles que nunca pediram para ser maltratados.

Os aplausos e os sorrisos das crianças existem porque ninguém consegue ver além da névoa em que se envolve o espectáculo. Não se reconhece o sofrimento por detrás do número ou da proeza. A música, as luzes, as pipocas e o algodão doce fazem esquecer tudo e passa-se um bom momento do lado das bancadas. Na arena há maldade dos “artistas” e terror nos animais.

Como tudo começa…

Muitos dos animais de circo, onde se encontram muitas vezes espécies protegidas, foram capturados nos seus habitats naturais por caçadores furtivos que mataram os progenitores para chegar às crias indefesas.
Depois de verem os pais morrer e de serem obrigados a fazer enormes viagens apertados em pequenas jaulas junto com outros animais, sem qualquer conforto, higiene ou cuidados são eventualmente vendidos a um circo.
O pior momento das suas vidas, porém, ainda está para vir. As pequenas criaturas não fazem ideia do que as espera.

Entregues ao circo e ao destino que os “tratadores” lhe pretendam dar, inicia-se o processo de treino ou seja, tenta-se quebrar o animal física e psicologicamente transformando-o num instrumento que possam facilmente manipular para atrair o publico.

Os animais são acorrentados ou presos dentro de pequenas jaulas, muitas vezes sem se poderem sequer mexer. A higiene e o conforto são esquecidos. São deixados ao frio ou ao calor independentemente das suas necessidades a nível climático.

Para satisfazerem os caprichos dos tratadores, são frequentemente espancados com barras metálicas, varas, pedaços de madeira e são chicoteados violentamente. As garras de ursos e felinos são arrancadas ou serradas para evitar ferimentos nos domadores e nos outros animais devido ao imenso stress que a vida circense lhes provoca.

São frequentes os dentes e narizes partidos, línguas cortadas, queimaduras no corpo provocadas por ferros em brasa e choques eléctricos e cortes profundos provocados por objectos pontiagudos. As lesões cerebrais causadas por pancadas na cabeça são também usuais. Uma técnica de treino também frequente é a privação de comida e água por longos períodos de tempo.

Muitos destes animais entram num estado profundo de depressão batendo constantemente com as cabeças nas grades e paredes das jaulas provocando lesões graves. Muitas vezes atacam os seus companheiros de cela como forma de libertarem a sua frustração ou mordem as próprias caudas e patas constantemente. Os movimentos repetitivos são um sintoma da depressão e desespero em que estes animais vivem.

Como tudo acaba…

No decorrer dos treinos violentos, muitos animais ficam irreversivelmente lesionados ou são abatidos, simplesmente abandonados em terrenos baldios ou vendidos a laboratórios.
São também frequentemente abatidos quando a sua raiva pelos que os maltratam extravasa e atacam os seus domadores. Há também casos em que os animais escapam dos circos e são abatidos impiedosamente pela polícia.

Como raramente têm acesso a cuidados veterinários, as doenças são frequentes e normalmente significam o abate do animal. Quando existem veterinários são facilmente corrompidos para fecharem os olhos à situação.


É assim que os circos recompensam uma vida de tortura e sofrimento: descartando-se dos objectos, das atracções que já não lhes dão lucro.


O que fazer…

Para os que têm dúvidas em relação ao tipo de pessoas que existem nos circos, é importante referir os inúmeros incidentes entre funcionários dos circos e activistas que distribuem panfletos de sensibilização às pessoas que se dirigem às bilheteiras e que são selvaticamente agredidas enquanto procuram pacificamente expor a violência da qual acabam por ser também vítimas.
É fácil constatar que a violência faz parte da natureza destas pessoas que não têm escrúpulos e que não respeitam nem a Lei, nem os direitos humanos, quanto mais os direitos dos animais.

Por favor BOICOTE os circos com animais. Não eduque os seus filhos de forma errada. Os leões, os ursos, os tigres e os demais animais selvagens que são usados nos circos precisam de ser encarados à luz da sua realidade: são animais maltratados, abusados e explorados, cuja identidade e personalidade própria foram há muito destruídas pela ganância, maldade e inconsciência dos funcionários dos circos.

Estes animais não são artistas nem nunca o serão. Tudo o que pretendem é viver em liberdade e em paz no seu ambiente natural. Eles não pediram para executar malabarismos nem para saltar através de arcos de fogo. Eles não nasceram para andar em bicicletas para agradar às hostes humanas. Eles nasceram para serem livres e donos de si mesmos.

O Circo é um espectáculo quando não vive à conta do sofrimento dos animais. Existem já alguns circos só com artistas humanos. Estes circos entenderam que é errado maltratar animais e são hoje respeitados e admirados pela qualidade dos seus espectáculos. São estes circos que naturalmente apoiamos e incentivamos. A todos os restantes dirigimos o nosso total repúdio pela forma vergonhosa como actuam.

Informe-se:

http://www.animaldefense.com/Circus.html
http://animal.org.pt/bo/conteudos/index.php?categoria_id=71
http://www.circuses.com/
http://www.pea.org.br/crueldade/circos/index.htm

 
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